sábado, 8 de novembro de 2008

Qual a melhor religião?




A maioria das religiões traz em seus preceitos a caridade e o respeito ao próximo, mas o que muitas vezes esquecem de perceber é que o próximo não é apenas aquele que está junto, cultuando, mas sim todos os que estão ao seu redor.
Se por acaso alguém perguntasse, qual a melhor religião, certamente responderiam: a minha! E a explicação seria de acordo com o seu ponto de vista, não levando em consideração o que o outro pensa ou quer. Nisso, onde está o respeito? Não tem como comparar uma religião com a outra, pois elas são diferentes, seria preconceituoso e discriminatório se julgássemos a religião do outro a partir de uma visão própria.
A falta de tolerância religiosa, o preconceito, vem no decorrer dos anos ocasionando muitos conflitos, nações contra nações ou até mesmo pessoas contra pessoas. Há muitos relatos de torturas e mortes, na época em que os portugueses vieram para o Brasil, quando os portugueses forçaram os índios a serem catequizados, na Segunda Guerra Mundial, quando Adolf Hitler massacrou os judeus, e em inúmeros casos.
No mundo, atualmente, há uma grande diversidade de religiões, e basicamente todas são compostas pelos mesmos elementos construtivos: “doutrina [crença, dogma]. Doutrina sobre a origem de tudo, sobre a matéria, sobre o além, para as religiões primitivas [animismo, fetichismo, politeísmo] há uma fonte que é a tradição dos antepassados. Para as atitudes filosóficas, a fonte é a palavra de sábios iluminados [hinduismo, budismo, xintoísmo, confucionismo, taoísmo]. Para as religiões proféticas [judaísmo, cristianismo, de Deus que se releva pelos profetas; rito [cerimônia], através dele a comunidade se une. O homem não pode viver sem símbolos, sem rito, sem estruturas visíveis; ética [leis], logicamente cada religião traz consigo as conseqüências da sua doutrina, ensinando o que está certo e errado, dentro de sua cosmovisão. Pouco a pouco vão se destacando, no emaranhado de preceitos das religiões. As verdadeiramente importantes: a lei do amor, a lei da natureza e a lei do bom senso; comunidade, a religião tende a forma comunidade. Quem está convencido de uma crença sente-se irresistivelmente atraído para seus coirmãos quer manifestar a sua fé junto com eles. Estes aspectos impedem que o sentimento religioso se dissolva em sentimentalismo individualista e incoerente. Sem isso a religião torna-se incomunicável e arbitrária, uma prisão em vez de um caminho; eu-tu, toda religião inclui uma atitude de eu-tu, um relacionamento pessoal.Religião não é em primeiro lugar doutrina, rito, lei, mas a relação pessoal com Deus. Quando esta existe as dificuldades doutrinais, rituais e morais desaparecem “(WILGES, Irineu. Cultura religiosa: as religiões no mundo. Editora: Vozes)”.
Sendo assim é certo afirmar que uma religião é melhor que a outra, tendo em vista que todas partem das mesmas normas? Não, de maneira alguma.De acordo com Irineu Wilges, religião em sentido real e objetivo, é o conjunto de crenças, leis e ritos que visam um poder que o homem, atualmente, considera supremo, do qual pode se julga dependente, com o qual pode em relação e do qual pode obter favores. E em sentido real subjetivo, religião é o reconhecimento pelo homem de sua dependência de um ser supremo pessoal pela aceitação de várias crenças e observância de várias leis e ritos atinentes a este ser.
Em resumo, temos inúmeras religiões com as mesmas regras de proceder onde o homem estabelece entre ele e um outro uma relação direta e reconhece que depende de alguém ou de alguma coisa para se completar. E é exatamente nisso que devemos nos basear, na igualdade, na intenção de ser melhor.
Pablo Neruda, autor de: “Livro das perguntas”, elabora a seguinte questão: “Quantas igrejas tem o céu?”
Quem de fato sabe onde se encontra a verdade absoluta? Quem de nós possui respostas perfeitas?



Autor: Andréa Freitas

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