quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O pão da misericórdia


 Estavam Agenor e Ricardinho, seu filho, passando na rua quando o menino não agüentou o cheiro bom do pão e falou: 

- Pai, tô com fome!!!

O pai, Agenor , sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência...

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!!!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente.....

Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!

Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...

Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...

Para Agenor , uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá...

Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

- Ô Maria!!! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?!?!

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...

Mais confiante, Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...

Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de
pequenos 'biscates aqui e acolá', mas que há 2 meses não recebia nada...

Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria, e penalizado, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para pelo menos 15 dias...

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...

Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores.....

No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando...

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele
chamava-o para ajudar aquela pessoa....

E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar....

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro...

Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno...

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço...

Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho , o agora nutricionista Ricardo Baptista...

Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um......

Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase que a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...

Ricardinho , o filho mandou gravar na frente da 'Casa do Caminho', que seu pai fundou com tanto carinho:

'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho.. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar!!!'

(História verídica)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Beijos


Curiosidades:

- Durante o beijo você movimenta 29 músculos, dos quais 17 são da língua.
- Os batimentos cardíacos aceleram, vão de 60 a 150, fazendo uma espécie de exercício pro coração.
- Um beijo caprichado gasta em média 12 calorias.

A arte de beijar

Além de ser bom demais o beijo também pode revelar alguns segredos sobre o(a) garoto(a) e várias curiosidades. Confira!

Rapidinho: Um beijo assim seguido de um mais demorado revela que o(a) gato(a) está apaixonado por você. Mesmo que demore para se entregar, quando isso acontece é para valer.

Lento e Molhado: Esse tipo de beijo que parece não ter hora para terminar demonstra que o(a) gato(a) sabe muito bem o que quer: Você!

Selinho: Com a boca fechada, indica que o(a) gato(a) gosta mais de dar do que receber.

Forte: Um beijo dado com a boca aberta revela que o(a) ga-to(a)tem personalidade forte, é ciumento e possessivo.

De Língua: Combinando com movimentos suaves da língua, de-monstra que o(a) menino(a) é sincero e gosta de dividir suas e-moções com você.

De onde ele veio?

Segundo os historiadores, o beijo surgiu há muitos anos, em Roma, quando os homens precisavam controlar o consumo de vi-nho. Eles beijavam suas mulheres para descobrir se elas tinham tomado a bebida. Daí para frente, a arte de beijar foi se expandindo.

Algumas dicas de beijo:
Quando beijar, abandone-se totalmente à emoção. Você só vai conseguir curtir esse momento se se entregar de fato, por isso beije sem se preocupar se o outro está gostando, se você está se saindo bem e outras encanações desse tipo.

Se não souber o que fazer na hora, fique calma (o). É só abrir a boca devagar e imitar o que o outro está fazendo.
O melhor exercício é explorar a boca do outro, bem devagar com a língua. Com certeza, ele gostará da idéia e fará o mesmo.
Se você é tímida (o), tente criar um clima bem romântico na hora do beijo, sem muitos espectadores por perto.
Só beije quando você realmente sentir vontade, beijar só por que a turma toda está gritando: beija! beija! beija! não tem graça nenhuma.
Lembre-se que você não tem que provar nada pra ninguém.
Na hora de beijar, procure aspirar o odor do rosto do seu (sua) parceiro(a), isso interfere na química do beijo, deixando-o ainda mais gostoso.
Tente fazer com que seus primeiros beijos aconteçam com alguém de quem você realmente goste, se sinta atraída (o) ou alguém que você já esteja paquerando a algum tempo.
Seja o mais natural possível.
Se o seu (sua) parceiro (a) é mais experiente, deixe que ele tome a iniciativa, acompanhe-o apenas.
Se você não gostou do primeiro beijo, não desanime. Esse é um conhecimento que você só domina com a prática. Afinal, o jeito mais eficaz de aprender a beijar é??? Beijando muito!!!


Tipos de beijo...


>>>Beijo Cítrico<<< Você deve pegar um gomo de tangerina e segurá-lo na boca. Comece a brincar com a fruta entre seus lábios e passe-a para o seu namorado, pegue-a de volta. Troquem o gomo e, em um determinado momento, você saberá qual, mordam juntos a fruta. >>>Beijo de Mamadeira<<< Coloquem seus lábios ao redor dos lábios dele e comece a sugá-los para dentro de sua boca. O movimento lembra o de um bebê tomando mamadeira. >>>Beijo Rodo<<< Puxe a língua do seu namorado para dentro da sua boca e prenda-a com cuidado entre seus dentes. Comece a passar seus dentes com delicadeza na superfície da língua dele, como quando alguém passa o rodo para secar o chão.


>>>Beijo de Dedo<<< Experimente tocar os lábios dele, entre um beijo e outro, com a ponta dos seus dedos. Os lábios são muito sensíveis, pois existe neles uma infinidade de terminações nervosas, e adoram ser tocadas.


>>>Falar e Beijar ao Mesmo Tempo<<< Experimente fazer elogios, comentários sobre aquele beijo ou momento que vocês estão vivendo, enquanto vocês se beijam. Palavras carinhosas entre beijos podem ter um efeito devastador. >>>Beijos com Sabor<<< Pode ser muito gostoso, e melhor ainda se você conseguir fazer isso de surpresa. Você pode colocar um pequeno pedaço de cho-colate em sua boca e, quando estiver bem derretido, beijar o seu namorado. Ou ainda coloque na sua boca a bala preferida do garoto. No meio do beijo, passe-a para ele. >>>Beijo Geladinho<<< Que tal começar o inverno com um beijo especial? Coloque um cubo de gelo na sua boca e só tire quando você sentir que ela está bem gelada. Em seguida, comece a beijar seu namorado. >>>Beijo Vem Buscar<<< Pode ser divertido você colocar uma uva entre seus lábios e pedir para ele vir buscar. Tente a mesma técnica com batata frita. Coloque-a na boca e deixe metade para a fora e ofereça a ele.


>>>Beijo Espumante<<< Escove os dentes com ele. Quando estiverem com a boca toda cheia de espuma, surpreenda com um beijo.


>>>Beijo Dançante<<< Coloque aquela música show, que vocês adoram e, enquanto vocês se beijam, mexa a língua no ritmo da música. É divertido.


>>>Nos Olhos<<< Já reparou como as pálpebras têm um formato parecido com os lábios? Os olhos também são um bom lugar para serem beijados. Deixe apenas que os lábios encostem de leve nos olhos, que devem estar fechados. Pode ser uma maneira inesquecível de se despedir. >>>Nos Dedos<<< Beijar os dedos pode ser superdivertido e estimulante. Dá para colocar a ponta do dedo dele na sua boca, dar mordidinhas na parte gordinha e muitos beijinhos. >>>Nas Mãos<<< Mãos são lugares deliciosos para serem beijados, pois se é você quem está recebendo o carinho, pode observar os lábios do garoto beijando você. Durante um beijo na boca vocês ficam tão próximos que fica impossível observar a boca do outro.


>>>Na Cabeça<<< Pode até parecer estranho beijar os cabelos e a cabeça. Mas experimente roçar o nariz nos cabelos dele e beijar o couro cabeludo, sentir o cheiro dele. Isso pode ser muito estimulante.


>>>Além do Beijo<<< Mordidinhas e chupões são ótimos artifícios para esquentar seu namoro e muitas vezes funcionam como extensão do seu beijo. Claro que tudo deve ser muito de leve, pois o garoto pode não querer sair com marcas pelo corpo e muito menos sentir dor. Você pode inspirar lenta e profundamente na lateral do pescoço dele e explorar a região com a ponta do nariz. Pode também dar leves mordidinhas. Vale chegar até o lóbulo da orelha. Na verdade, é só encostar os dentes, sem fazer força.

>>>Conde Drácula<<< é aquele que se estende até o pescoço.

>>>Arrepio<<< é aquele dado na orelha


>>>Beijo esquimó<<< É aquele que fica esfregando nariz com nariz.

>>>Beijo do Homem Aranha<<< É aquele de cabeça para baixo.

>>>Beijo Titanic<<< É aquele em que um fica na frente do outro sendo que ela está de costas para ele. 


Ai que vontade de dar um beijinho!!!!!!!!!!!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Não é comigo



Era uma vez quatro funcionários que se chamavam Todo Mundo,Alguém, Qualquer Um e Ninguém.


Havia um importante trabalho a ser feito na empresa e Todo Mundo acreditava que Alguém iria executá-lo. Qualquer Um poderia fazê-lo, mas Ninguém o fez.


Alguém ficou aborrecido com isso, porque entendia que sua execução era de responsabili-dade de Todo Mundo.


Este por sua vez pensou que Qualquer Um poderia executá-lo, mas Ninguém imaginou que Todo Mundo não o faria.


Bem, o final da estória é conhecido: Todo Mundo culpou Alguém, quando Ninguém fez o que Qualquer Um poderia ter feito

Todo o Mundo e Ninguém


Um rico mercador, chamado "Todo o Mundo" e um homem pobre cujo nome é "Ninguém", encontram-se e põem-se a conversar sobre o que desejam neste mundo. Em torno desta conversa, dois demônios (Belzebu e Dinato) tecem comentários espirituosos, fazem trocadilhos, procurando evidenciar temas ligados à verdade, à cobiça, à vaidade, à virtude e à honra dos homens.


Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um homem, vestido como pobre. Este se chama Ninguém e diz:


Ninguém: Tu estás a fim de quê ?


Todo Mundo: A fim de coisas buscar
que não consigo topar.
Mas não desisto, porque
O cara tem de teimar.


Ninguém: Me diz teu nome primeiro.


Todo Mundo: Eu me chamo Todo Mundo e passo o dia e o ano inteiro correndo atrás de dinheiro, seja limpo ou seja imundo.


Belzebu: Vale a pena dar ciência
e anotar isto bem, por ser fato verdadeiro: Que Ninguém tem consciência
e Todo Mundo, dinheiro.


Ninguém: E o que mais procuras, hem?


Todo Mundo: Procuro poder e glória.


Ninguém: Eu cá não vou nessa história.
Só quero virtude...Amém.


Belzebu: Mas o pai não se ilude
e traça: Livro Segundo.
Busca o poder Todo Mundo
e Ninguém busca virtude.


Ninguém: Que desejas mais, sabido?


Todo Mundo: Minha ação elogiada
Em todo e qualquer sentido.


Ninguém: Prefiro ser repreendido
quando der uma mancada.


Belzebu: Aqui deixo por escrito
o que querem, lado a lado:
Todo Mundo ser louvado
e Ninguém levar um pito.


Ninguém: E que mais, amigo meu?


Todo Mundo: Mais a vida. A vida, olé!


Ninguém: A vida? Não sei o que é.
A morte, conheço eu.


Belzebu: Esta agora é muito forte
e guardo para ser lida:
Todo Mundo busca a vida
e Ninguém conhece a morte.


Todo Mundo: Também quero o Paraíso,
mas sem ter que me chatear.


Ninguém: E eu, suando pra pagar
minhas faltas de juízo!


Belzebu: Para que sirva de aviso,
mais uma trama se escreve:
Todo Mundo quer Paraíso
e Ninguém paga o que deve.


Todo Mundo: Eu sou vidrado em tapear,
e mentir nasceu comigo.


Ninguém: A verdade eu sempre digo
sem nunca chantagear.


Belzebu: Boto anúncio na cidade,
deste troço curioso:
Todo Mundo é mentiroso
e Ninguém fala a verdade.


Ninguém: Que mais, bicho?


Todo Mundo: Bajular


Ninguém: Eu cá não jogo confete.


Belzebu: Três mais quatro igual a sete.
O programa sai do ar.
Lero lero lero lero,
curro paco paco paco.
Todo Mundo é puxa-saco
e Ninguém quer ser sincero!


Autor: Gil Vicent (criador do teatro português)


Sobre o autor:


Não se sabe, ao certo, a data do nascimento de Gil Vicente. Talvez 1452, 1465 ou 1470. Supõe-se tenha falecido em 1537. Trabalhava junto à corte, como mestre da balança (ou seja, diretor da Casa da Moeda). Em 1502, por ocasião do nascimento do príncipe D. João III, representou perante a rainha mãe, ainda acamada, a peça Auto da visitação (ou Monólogo do vaqueiro). Com ela iniciava o teatro em Portugal.
Em
sua biografia quase tudo são hipóteses, inclusive a cidade portuguesa que teria sido seu berço natal.
Mas o importante mesmo é o valor de sua extensa obra teatral, com a qual pintou um painel crítico da sociedade portuguesa quinhentista, não lhe tendo escapado classe social alguma. Suas peças eram, em geral, representadas nos paços reais, com a corte presente. Os cenários e os recursos técnicos eram pobres, mas os temas engenhosos , as personagens decalcadas da realidade e a agilidade do diálogo, além do humor, fizeram do autor um dos mais significativos de toda a história da literatura portuguesa. Principais obras: Auto da Barca do Inferno, Auto da Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória (a chamada Trilogia das barcas), Auto da Índia, Farsa de Inês Pereira.
Apesar da dificuldade que poderá ocorrer na leitura e representação de suas peças, por causa da linguagem antiga, vale a pena conhecer esse autêntico gênio do teatro português de todos os tempos.


Fonte: "Aprendendo o Português...", Dino Preti, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1977

João e Maria


Era uma vez um menino chamado João e sua irmã Maria, que moravam em uma casa perto da floresta.
Um dia, sua mãe pediu que fossem buscar galhos secos para acender o fogo. Não pecisavam trazer muitos, ape-nas o bastante para acender a lareira.
- Não vão muito longe. Os galhos que temos aqui perto já servem, não vão se perder por aí...
- Pode deixar, mamãe, vamos voltar logo!
E lá se foram os dois procurar gravetos secos por ali, entre várias brincadeiras. Não queriam ir longe, mas es-tavam tão curiosos com a floresta que resolveram arriscar só um pouquinho.
Maria teve uma idéia genial: foi marcando todo o cami-nho, para saber por onde voltar: assim não iriam se per-der. E bricaram à vontade.
Já estava querendo escurecer quando resolveram voltar. Maria foi logo procurando os pedacinhos de pão que de-viam estar marcando o caminho, mas...
Os passarinhos que moravam ali estavam achando ótimo aquele lanchinho, e não deixaram nem um miolinho de pão sobrar. Não havia como achar o caminho de volta para casa. A idéia de marcar o caminho tinha sido ótima, mas não com pedacinhos de pão.
- Agora estamos os dois com fome e perdidos!
Andaram de um lado para outro, mas nada de encontrar o caminho de casa, cada vez mais escuro.
A noite já tinha chegado, quando João teve uma boa i-déia:
- Vou subir na árvore mais alta e ver se encontro alguma casa para passarmos a noite.
Maria achou ótimo, pois já estava muito assustada com os ruídos da noite na floresta. E João encontrou alguma coisa:
- Tem uma luz daquele lado! Vamos lá ver!
Os dois correram na direção da luz acesa da casa mais próxima.
Ao chegarem, viram uma velhinha que parecia muito boazinha e sorridente.
- Venham cá! Venham, meus amiguinhos. Aqui vão en-contrar muita comida gostosa.
(os dois estavam morrendo de fome)
Então viram a casa de perto:
- Uuuuau!
As paredes eram de chocolate com castanhas, o telhado era de brigadeiro, as portas de biscoito fresquinho, as janelas de gelatina, tudo enfeitado com caramelo, sorvete e balas coloridas. Uhmmm!
- Comam tudo, meus amiguinhos, é para vocês. Depois podem descansar em camas fofinhas e bem quentinhas. Amanhã acharemos a casa de vocês.
E os dois obedeceram contentes, e acabaram dormindo cansados de um dia tão cheio.
Acordaram antes do sol nascer, pensando que estavam na maravilhosa casa de doces.
Mas, que nada:
A casa tinha desaparecido como se fosse mágica. Em seu lugar havia uma horrível casa de bruxa, com morce-gos e tudo.
Uma gargalhada terrível vinha da escada, por onde che-gou a bruxa malvada com sua coruja:
- Pensaram que iam escapar, não? Vão ficar presos aqui para sempre, e nunca mais vou deixar que voltem para casa. Ha! Ha! Ha!
A bruxa mandou Maria para a cozinha preparar comida para todos: agora ela era a empregada da casa. Tinha que fazer todo o serviço, se não...
Prendeu João numa gaiola e disse:
- Menino: trate de ficar bem gordinho! Quando estiver pronto, vai virar o meu jantar especial. Ha! Ha! Ha!
Maria foi a primeira a reparar que a bruxa malvada não enxergava bem. Tudo ela trazia bem perto dos olhos para ver direito.
Para saber se João estava engordando bem, toda noite chamava o menino e mandava que mostrasse o seu de-dinho da mão. Apertava bem, e dizia que ainda estava muito magrinho.
- Maria! Faça mais comida! Ele tem que engordar. De-pressa!
João, preso na gaiola já nem sentia fome, de tão triste que estava. Queria voltar a ser livre, correr solto com seus amigos e brinquedos. Lembrava bem como isso era bom.
Maria tentava encontar uma saída para os dois, enquanto fazia o serviço sem nenhum brinquedo. Tinha saudades de tudo em casa mas, como enganar a bruxa e fugir?
Foi na cozinha que teve uma idéia:
Colocou para assar no espeto uma galinha, escondendo um ossinho comprido e bem fininho.
Quando levou a comida para João, disse a ele bem bai-xinho, para a bruxa não escutar:
- Esconda este ossinho para fingir que é seu dedo bem magrinho e enganar a bruxa. Ela não enxerga quase nada...
- Quietos aí! Quem disse que podem conversar?
Desse dia em diante, João sempre mostrava o ossinho para a bruxa apertar quando ela queria saber se ele já estava bem gordinho.
- Maria! Esse menino está magro como um palito. Faça mais comida!
E Maria fazia muitas coisas para que os dois ficassem bem fortes para poder fugir.
Em toda parte, a menina procurava o lugar onde a bruxa escondia a chave da gaiola, mas não conseguia encon-trar.
Tudo agora dependia da força de João para fugirem dali.
Naquela noite, João se esforçou muito, e acabou conse-guindo soltar a grade da gaiola. Tinha ficado bem forte, e a bruxa nem sabia disso.
Os dois correram para se esconder na floresta antes que a bruxa acordasse.
Na luz do dia, conseguiram achar o caminho de casa, e nunca mais voltaram naquele lado da floresta.


Chapeuzinho Vermelho


Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Ver-melho, que tinha esse apelido pois desde pequenina gostava de usar chapéus e capas desta cor.
Um dia, sua mãe pediu:
- Querida, sua avó está doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, pãezinhos e frutas que estão na cestinha. Você poderia levar à casa dela?
- Claro, mamãe. A casa da vovó é bem pertinho!
- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá.
- Está bem, mamãe, vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!
E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vovó, e se distraiu com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber.
Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...
Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Levou um susto quando ouviu:
- Onde vai, linda menina?
- Vou à casa da vovó, que mora na primeira casa bem depois da curva do rio. E você, quem é?
O lobo respondeu:
- Sou um anjo da floresta, e estou aqui para preteger criancinhas como você.
- Ah! Que bom! Minha mãe disse para não conversar com estranhos, e também disse que tem um lobo mau andando por aqui.
- Que nada - respondeu o lobo - pode seguir tranqüila, que vou na frente retirando todo perigo que houver no caminho. Sempre ajuda conversar com o anjo da floresta.
- Muito obrigada, seu anjo. Assim, mamãe nem precisa saber que errei o caminho, sem querer.
E o lobo respondeu:
- Este será nosso segredo para sempre...
E saiu correndo na frente, rindo e pensando:
(Aquela idiota não sabe de nada: vou jantar a vovozinha dela e ter a netinha de sobremesa ... Uhmmm! Que delí-cia!)
Chegando à casa da vovó, Chapeuzinho bateu na porta:
- Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho!
- Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, que a porta abre.
A menina pensou que a avó estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando com aquela voz tão estranha...
Chegou até a cama e viu que a vovó estava mesmo mui-to doente. Se não fosse a touquinha da vovó, os óculos da vovó, a colcha e a cama da vovó, ela pensaria que nem era a avó dela.
- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mamãe preparou. Quero que fique boa logo, vovó, e volte a ter sua voz de sempre.
- Obridada, minha netinha (disse o lobo, disfarçando a voz de trovão).
Chapeuzinho não se conteve de curiosidade, e pergun-tou:
- Vovó, a senhora está tão diferente: por que esses olhos tão grandes?
- É prá te olhar melhor, minha netinha.
- Mas, vovó, por que esse nariz tão grande?
- É prá te cheirar melhor, minha netinha.
- Mas, vovó, por que essas mãos tão grandes?
- São para te acariciar melhor, minha netinha.
(A essa altura, o lobo já estava achando a brincadeira sem graça, querendo comer logo sua sobremesa. Aquela menina não parava de perguntar...)
- Mas, vovó, por que essa boca tão grande?
- Quer mesmo saber? É prá te comer!!!!
- Uai! Socorro! É o lobo!
A menina saiu correndo e gritando, com o lobo correndo bem atrás dela, pertinho, quase conseguindo pegar.
Por sorte, um grupo de caçadores ia passando por ali bem na hora, e seus gritos chamaram sua atenção.
Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no chão, a um palmo da menina.
Todos já iam comemorar, quando Chapeuzinho falou:
- Acho que o lobo devorou minha avozinha.
- Não se desespere, pequenina. Alguns lobos desta es-pécie engolem seu jantar inteirinho, sem ao menos mas-tigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...
Com um enorme facão, o caçador abriu a barriga do lobo de cima abaixo, e de lá tirou a vovó inteirinha, vivinha.
- Viva! Vovó!
E todos comemoraram a liberdade conquistada, até mesmo a vovó, que já não se lembrava mais de estar doente, caiu na farra.
"O lobo mau já morreu. Agora tudo tem festa: posso ca-çar borboletas, posso brincar na floresta."

Uma simples gotinha


Havia uma gota em uma nascente do rio. Era uma simples gota, nada mais do que isso. Mas, na sua insignificância, tinha um sonho. Sonhava em, após vencer a correnteza, virar mar.


Ora, quanta pretensão! Uma gota, uma simples gota, virar mar? Era difícil, sabia ela, porém não impossível. E agarrando-se a esse fio de esperança, seguiu o seu curso natural de rio, sempre pensando no dia em que certamente encontraria o oceano.


Desafios foram surgindo. Pedras, evaporação, galhos... Mas ela nunca desistia. Outras gotas que partiram com ela não chegaram ao fim, ficaram pelo caminho.


Esta, porém, talvez pela sua persistência, pela fé que tinha, de uma forma ou de outra sabia que um dia chegaria lá. E de fato chegou. Venceu todos os obstáculos, chegou ao encontro das águas e finalmente realizou seu grande sonho. Hoje aquela gota é mar! Graças a sua persistência, conseguiu o que era considerada uma utopia, uma pretensão!


Não importa,
Hoje aquela gota é mar. Imagine você como uma gotinha.
Você pode ser como aquelas gotas que ficaram pelo caminho ou como a gota dessa his-tória.
Só depende de você!
Pense nisso e faça a diferença.

A verdade


Certa vez um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Ele acordou assustado e mandou chamar um sábio para que interpretasse o sonho.

- Que desgraça, senhor! - exclamou o sábio. Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade!

- Mas que insolente, gritou o sultão. Como se atreve a dizer tal coisa?!

E ele chamou os guardas e mandou que lhe dessem cem chicotadas. Mandou também que chamassem outro sábio, para interpretar o mesmo sonho. E o outro sábio disse:

- Senhor, uma grande felicidade vos está reservada!!! O sonho indica que ireis viver mais que todos os vossos parentes!

A fisionomia do sultão se iluminou-se e ele mandou dar cem moedas ao sábio.

Quando este saía do palácio um cortesão perguntou:
- Como é possível? A interpretação que você fez foi a mesma do seu colega.

No entanto ele levou chicotadas e você moedas de ouro! Lembra-se sempre, amigo - respondeu o sábio- tudo depende da maneira de dizer as coisas. E esse é um dos grandes desafios da humanidade.
É daí que vem a felicidade ou a desgraça; a paz ou a guerra. A verdade sempre deve ser dita, não resta a menor dúvida, mas a forma como ela é dita é que faz toda a diferença.
A verdade deve ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de al-guém, pode ferir, provocando revolta. Mas se a envolvemos numa delicada embalagem e a oferecermos com ternura, certamente será aceita com facilidade.

Um rei...



Era uma vez.....
Um rei que tinha 4 esposas...


Ele amava a 4ª esposa demais..... e vivia dando-lhe lindos presentes, jóias e roupas caras. Ele dava-lhe de tudo e sempre do melhor...


Ele também amava muito sua 3ª esposa e gostava de exibi-la aos reinados vizinhos. Contudo, ele tinha medo que um dia, ela o deixasse por outro rei...


Ele também amava sua 2ª esposa. Ela era sua confidente e estava sempre pronta para ele, com amabilidade e ciência. Sempre que o rei tinha que enfrentar um problema, ele confiava nela, para atravessar esses tempos de dificuldade.....


A 1ª esposa era uma parceira muito leal e fazia tudo que estava ao seu alcance para manter o rei muito Rico e poderoso, ele e o reino.


Mas....ele não amava a 1ª esposa, e apesar dela o amar profundamente, ele mal tomava conhecimento dela.


Um dia.... o rei caiu doente.... e percebeu que seu fim estava próximo...


Ele pensou em toda a luxúria da sua vida e ponderou...."É.... agora eu tenho 4 esposas comigo, mas quando eu morrer, eu ficarei sozinho...


Então... ele perguntou a 4ª esposa: -"Eu te amei tanto, querida.... te cobri das mais finas roupas e jóias.... Mostrei o quanto eu te amava, cuidando bem de você.... agora que eu estou morrendo.... você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho...?


De jeito nenhum!" respondeu a 4ª esposa e saiu do quarto sem sequer olhar para trás...


A resposta que ela deu....cortou o coração do rei...... como se fosse uma faca afiada...


Tristemente.... o rei então perguntou a 3ª esposa: "Eu também te amei tanto a vida intei-ra.....Agora que eu estou morrendo... você é capaz de morrer comigo, para não me deixar sozinho...?


"Não!!!", respondeu a 3ª esposa. "A vida é boa demais!!! Quando você morrer, eu vou é ..... casar de novo..."


O coração do rei sangrou e gelou.... de tanta dor...


Ele perguntou, então, à 2ª esposa:"Eu sempre recorri a você quando precisei de ajuda...... e você sempre esteve ao meu lado... Quando eu morrer... você será capaz de morrer comigo, para me fazer companhia...?


Sinto muito... mas..., desta vez, eu não posso fazer, o que você me pede! "respondeu a 2ª esposa. O máximo que eu posso fazer... é enterrar você..."


Essa resposta veio como um trovão na cabeça do rei e ele ficou arrasado...


Daí...uma voz se fez ouvir...


"Eu partirei com você e o seguirei por onde você for..." O rei levantou os olhos e lá es-tava a sua 1ª esposa, tão magrinha... tão mal nutrida,... tão sofrida...


Com o coração partido, o rei falou: "Eu deveria ter cuidado muito melhor de você, en-quanto eu ainda podia..."






Na Verdade... nós todos temos 4 esposas nas nossas vidas... Nossa 4ª esposa é o nosso corpo. Apesar de todos os esforços que fazemos para mantê-lo saudável e bonito... ele nos deixará, quando morrermos...
Nossa 3ª esposa são as nossas posses, as nossas propriedades, a nossa riquezas...
Quando morremos, tudo isso vai para os outros...
Nossa 2ª esposa são nossa família e nossos amigos. Apesar de nos amarem muito e esta-rem sempre nos apoiando, o máximo que eles podem fazer... é nos enterrar...
E nossa 1ª esposa é o nosso ESPÍRITO...
...muitas vezes deixado de lado... ele fica lá no fundo, esquecido, por perseguirmos du-rante a vida toda, a Riqueza, o Poder e os Prazeres do nosso ego... É nele que cabe Deus, como bem dizia Dostoievsky:
"Todo homem tem dentro de si um vazio do tamanho de Deus". Pena que muitas vezes só consideramos isso quando estamos para deixar este mundo...
Apesar de tudo, é a única coisa que sempre irá conosco, não importa onde formos...


Então... Cultive-o... Fortaleça-o... Bendiga-o... e acima de tudo, Alimente-o... Dê o ver-dadeiro sentido à sua vida agora!!!!


É o maior presente que você pode dar ao mundo e principalmente a si mesmo...

Como bolinha de papel


Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva a menor provocação. Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.
Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas depois de uma explosão de raiva me entregou uma folha de papel lisa e me disse:
- Amasse-a!


Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.


- Agora - voltou a dizer-me - deixe-a como estava antes.



É óbvio que não pude deixá-la como antes.
Por mais que tentei, o papel ficou cheio de pregas.
Então, disse-me o professor:
- O coração das pessoas é como esse papel...


A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.


Assim aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de es-tourar, lembro deste papel amassado.


A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde de-mais.


Alguém disse, certa vez:
"Fale quando tuas palavras sejam tão suaves como o silêncio".