terça-feira, 23 de março de 2010

As eternas coincidências


Quando a gente vai botar um chiclete debaixo da cadeira, encontra outro.Quando esperamos que uma pessoa acabe de usar um telefone do café ou orelhão, um terceiro entra na fila: o número que ligamos sempre está ocupado.Quando a gente consegue a ligação de um telefone, ocupado antes durante muito tempo, a pessoa procurada sai naquele instante.Quando a gente hesita entre dois táxis, toma o que vai parar na bomba para botar gasolina.Quando esperamos um sinal verde fresquinho, verificamos que daria tempo para atravessar quatro vezes; quando não esperamos, temos de cruzar a rua correndo.Quando a gente, já de raiva da difícil caça, empurra um móvel para matar uma barata, cai e se estilhaça um objeto de louça.Quando a gente vai ceder um lugar no divã para a moça mais bonita da festa, bate dura e grotescamente com a cabeça na bandeira da janela.É sempre o casal mais antipático ou sem graça, durante a reunião, que simpatiza conosco.Quando a gente se coça na rua, sempre nos cumprimenta a pessoa à qual gostaríamos de causar boa impressão.Quando esperamos o telefonema, entre quatro e seis da tarde, verificamos às seis e meia que o nosso aparelho enguiçou.

Autor: Paulo Mendes Campos

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